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8 de março de 2011

End of psychiatry as a tool for helping people?

Vejam ai uma tragédia. A reportagem do NYT coloca as coisas nos seus desagradáveis e verdadeiros lugares. Conta por intermédio da vida de um psiquiatra a decadência do atendimento clínico psiquiátrico nos USA e não se iludam porque por aqui esta bem parecido. Me formei em medicina no meio dos anos 80. Naquela época se falava ainda de que um atendimento psiquiátrico poderia ter na psicoterapia (falava-se desde a psicoterapia breve ate a psicanálise propriamente dita) e nos medicamentos como dois pilares complementares no entendimento e atendimento do paciente, mais para la ou para ca dependendo do tipo de paciente e quadro clínico. Vi durante os anos 90 que as psicoterapias foram dando lugar aos medicamentos, afinal certos antidepressivos prometiam melhoras independente da vida mental de quem os tomasse e a vida mental foi começando a ser considerada uma ficção. É justo dizer que os psicanalistas e psicoterapeutas de todos os tipos decepcionaram a clientela, mantendo pacientes por anos e anos (as vezes quinze, vinte anos) sem resultados respeitáveis ou algo que justificasse tanto esforço , gasto e dedicação. A massa de decepcionados e seus descendentes estava prontinha para a noticia salvadora que podiam agora deixar estes pretensiosos de lado. Realmente da para entender porque a arrogância chegou a um ponto brutal por parte dos profissionais. Agora o pau comeu. Não há mais nada entre o medico psiquiatra e seu paciente a não ser o entendimento neuronal dos sintomas e a devida ou não devida medicação. Se isso ajudou a limpar um pouco o território onipotente dos psiquiatras, psicanalistas, psicoterapeutas e psicólogos de todas as formações por outro lado esta fazendo os pacientes conhecerem o que significa mediocridade e atendimento pífio as necessidades mentais. Não sei onde isso vai dar, mas a associação da industria de diagnósticos com as empresas de atendimento medico (convênios) não cheira nada bem e esta completamente bem estabelecida. Sei o que esta acontecendo, no entanto. A banalização do atendimento esta atingindo todos os níveis, dos antes mais complexos e cuidadosos aos antes mais superficiais e simples com a vantagem para os últimos porque o atendimento esta se nivelando pelo facil, pelo jeito mais fácil. Leiam o artigo, ele fala por si mesmo.

http://www.nytimes.com/2011/03/06/health/policy/06doctors.html

7 de março de 2011

Galliano's Affair

Pessoal. To fazendo um teste. Vou colocar este link por aqui para saber se funciona. É um reportagem bem interessante sobre o affair Galliano. Um idiota , conhecido como genio da moda, demitido recentemente de suas funcoes. http://www.dailymail.co.uk/debate/article-1363355/John-Galliano-gay-gipsy-does-think-Hitler-that.html

6 de março de 2011

Troca de mercadoria e de objetivo

Pessoal. Fui ate o centrinho da Ilha. Fui trocar um presente que não serviu...da época ainda do meu aniversário. O caminho estava apinhado de gente querendo ficar feliz, alguns acho até que estavam conseguindo..outros dava para ver que não e muitos tentando, tentando. Eu peguei trânsito como se diz por ai. Cheguei na loja e anunciei a troca. Acho que se tivesse anunciado um assalto teria sido mais bem tratado. A gerente estava literalmente estressada. Sua amígdala ( centro neuro-endócrino das emoções no cérebro) pressionava o hipotálamo a produzir o máximo possível de adrenalina e outros terríveis neuro-transmissores. A bichinha me olhou e anunciou: " Tô muito ocupada, agora não posso" . Eu mal havia dado bom dia. Fiquei calmo, acho eu. Óbvio que mal amado, mas isso não dispenso nem no Carnaval. Era uma demissão de um funcionário que estava movimentando o local e a alma dessa moça. Ela falava freneticamente com alguém no Nextel e assim todos podiam ouvir tudo e não entender nada. O funcionário demitido pegou o tal celular e passou a falar com o temido Depto Pessoal. De todos os departamentos que conheço em empresas este geralmente é o mais impessoal e desumano e por isso ouvia a voz tensa, submissa e triunfal do funcionário. Sair de uma emprego há de ser das melhores coisas na vida de uma pessoa. Finalmente livre de estar de acordo com alguma coisa que não se fica de acordo nunca. O patrão quer coisas que se justificam, mas são insuportáveis. A gerente em nome do patrão estava bufando, mas tinha ao seu lado o temido Depto. Pessoal que nessas horas e outras também é bom para o patrão e quer ser para o empregado e vice-versa o que além de impossível soma à tragédia o cinismo amoral cultivado em dezenas de doutorados nessa área. Bem, isso me animava a ficar ali. Outros clientes incautos pediam para ver mercadorias. Muito interessante. Um pediu ao demitido e foi atendido ou seria justo dizer meio atendido, porque o funcionário estava meio lá e não mais. Fui embora depois de perceber que não havia nada mais a fazer naquele local. Eu gosto muito disso, gosto de ir a um lugar fazer uma coisa muito diversa da que fui fazer. Afinal fazer o que fomos fazer atrapalha muito. E é só por isso que amo as férias. Não preciso ir a lugar nenhum. Mas fazer isso na Ilhabela é bem melhor....

5 de março de 2011

Carnaval 2011

Na Ilhabela a chuva começa e para. Os tons de cinza contrastam com os do verde da mata. Para mim esta ótimo, não esta quente e fica no ar aquela preguiça que vai como orvalho caindo e recobrindo a junção da alma e dos músculos impedindo grandes movimentos e travando a promessa assustadora de um frenético vamos la e depois la e depois a um restaurante e isso e aquilo como quando estamos em São Paulo. Descansar parece fácil mas a insatisfação nos força a acreditar em mentiras, em promessas falsas de alegria barata. Temos que resistir...